Confronta-se o grupo do #elenao (o que voluntária ou involuntariamente significa haddadsim) com o grupo do #elesim (o que significa a vitória do Bolsonaro). No meio da briga, alguns perdidos desferem golpes aleatórios, transformando o conflito em uma rixa.
A briga dá inveja aos mais implacáveis lutadores de MMA. Não há juízes para segurar os digladiadores nem para impor regras de honestidade e de respeito. Vale tudo!
Até amigos antigos se tornaram ácidos inimigos. Namoros se desfizeram. Casamentos ameaçam ruir. Filhos rompem o vínculo de filiação. Novas amizades tornam-se remotas.
Ambos os lados usam e abusam da retórica para, com apelo à emoção e à ridicularização do adversário, fazer prevalecer a própria concepção de vida.
No Brasil, está desaparecendo o “nós” e só está ficando o “eles”.
Tomara que o calor desse conflito se esfrie após as eleições, e os brasileiros passem a lutar em unidade pelo bem-estar de todos. Que prevaleça o “nós” sobre os “eles”! Que o trend topic das redes sociais exiba a hashtag #nossim!
Essa romântica esperança, porém, parece não passar de um sonho de uma noite de verão. É o êxtase da maluca da Ismália, que, querendo alcançar a lua do céu, esborrachou-se mortalmente na lua do mar, para lembrar o poeta Alphonsus Guimarães.
Sigamos no nosso faroeste brasileiro, no espetáculo das Macunaímas, ao som da Ópera dos Malandros, focando a luz ao final do túnel, que talvez seja um trem na contramão ... ou não?
Brasília, 25 de setembro de 2018.
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