Hoje, curioso pelos arranjos familiares da atualidade, perguntei à atendente de um restaurante se era normal os casais ratearem o pagamento da conta, de modo que cada um pagasse, com o seu próprio cartão, apenas metade da conta.
Ela respondeu que isso ocorria com cerca de 90% dos casais que frequentavam aquele restaurante. E, na maior parte dos casos, o casal era composto por pessoas casadas, conforme ela concluíra dos raios dourados espargidos pelos dedos anelares esquerdos dos clientes.
Será que esse sentimento de desconfiança patrimonial na maior parte dos casais da atualidade não seria uma das concausas da multiplicação vertiginosa dos índices de divórcio?
Numa primeira impressão, diria que essa seria uma entre outras tantas causas da majoração abrupta do número de frustrações matrimoniais dos nossos tempos. Muitas pessoas casam com o "pé atrás", embebidas com o vinho amargo do medo de serem surrupiadas pelo seu consorte em um futuro divórcio.
Infelizmente, a atualidade, povoada por muitos indivíduos que desprezam valores morais importantes, como a lealdade, dá motivos a essa desconfiança generalizada.
Não estou a criticar casais que vivem assim, "separando o seu bem dos seus bens", pois sei que, em muitos casos, somente a morte os separará. Apenas quero realçar uma mudança de pensamento dos pombinhos, que, mãos entrelaçadas, desfilam pelas cidades da contemporaneidade.
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